Bravo – uma história sobre pimentas

Bravo – uma história sobre pimentas

Como transformamos sementes de plantas nos molhos mais deliciosos que você já experimentou.

Pimenta nos olhos dos outros pode arder pra caramba! Esta autêntica americana com mais de sete mil anos de idade conquistou a alimentação mundial e desenvolveu-se em centenas de variações, das mais suaves às mais ardidas. E foi nesse cenário que lá em 1912 o farmacêutico Wilbur Scoville tomou a decisão de parar tudo e refletir: como medir a ardência de cada pimenta? Uma ótima sacada, o trabalho dele foi tão bem sucedido que entrou pra história e seu nome é conhecido até hoje!

A escala Scoville é basicamente um referencial para apreciadores de pimenta, usada inclusive no Guinness World Records para coroar a semente mais ardida do mundo. O método é simples. Pimentas são ardidas por causa da capsaicina, um composto ativo ao qual nós, mamíferos, somos sensíveis. A solução encontrada por Wilbur Scoville foi preparar duas etapas de diluição: da pimenta seca em álcool a fim de extrair toda sua capsaicina; e deste concentrado em água com açúcar até a ardência atingir nível zero. Quanto mais xícaras de água doce uma pimenta exigisse para ser imperceptível ao paladar, maior sua colocação na escala Scoville.

Na prática, sementes como as das pimentas banana e cubana têm baixa ardência e são diluídas completamente entre 500 e 1000 xícaras de água doce, classificadas, portanto, em 500 – 1000 na escala Scoville. Já a savina-vermelha, popularmente conhecida como habanero, atinge um dos níveis mais altos na escala: 350000 – 577000. E a lista continua! Uma vez nomeada a pimenta mais ardida de todas, a habanero cedeu seu posto para a indiana Bhut Jolokia, que duplicou o nível de ardência atingindo 1.05 milhão na escala Scoville. Além dela, há registros espantosos de outras duas pimentas que marcaram 2.48 e 3.18 milhões, respectivamente: a Dragon’s Breath e a Pepper X. O número pode parecer divertido para um desafio entre amigos, mas encarar estas pimentas como ingrediente culinário é bem perigoso! O alto teor de capsaicina nelas pode prejudicar as vias respiratórias, irritar o pulmão e até provocar queimaduras. A Dragon’s Breath, por exemplo, vem sido estudada apenas como um potencial anestésico para a pele, podendo ser usada no lugar de medicamentos caros e raros ou em pacientes alérgicos a outros anestésicos. A não ser que você pretenda passar mal, ingeri-la não é uma opção!

A boa notícia é que Bravo pensa na satisfação do seu paladar acima de tudo! Combinamos cinco variações de pimentas para fazer molhos com ardências variadas, ideais para você saborear com segurança em situações diferentes e encontrar seu preferido!

A primeira destas pimentas é famosa no Brasil e comumente encontrada em mercados e feiras livres: a pimenta-biquinho. Sem nenhuma ardência e muito adocicada, está presente em preparos doces e salgados.

Você também já deve ter ouvido falar da pimenta-de-cheiro, mas resta saber de qual das duas: enquanto uma versão é isenta de ardência, a outra é muito picante, ótima para bobós e refogados com alho, cebola e coentro. Optamos pela primeira para o preparo dos nossos molhos, garantindo muito aroma ao prato e poupando o paladar, como é feito no Piauí e Maranhão.

A pimenta jalapeño lidera o pódio da popularidade e crava 5000 – 15000 na escala Scoville. Podemos colhê-la ainda verde ou mais madura, vermelha: quanto maior o período de maturação, maior a quantidade de capsaicina na pimenta e, consequentemente, sua ardência.

O Brasil também aparece na classificação das pimentas mais ardidas! A malagueta impressiona com 50000 – 100000 unidades de calor Scoville, justificando sua presença em cozidos, sopas, vatapás, acarajés, feijoadas e até sobremesas baianas, como no regional pudim de bacuri. Após anos de colonização e exploração, esta pimenta também ganhou fama em Portugal e Moçambique.

A ex-campeã habanero (350000 – 577000) tem origem sul-americana, muito associada à cozinha mexicana, e aparece em molhos e drinques. Esta pimenta laranja é famosa pela complexidade no sabor, com nuances doces, frutadas e defumadas.

Quem já deu uma olhada na família Bravo deve estar se perguntando onde foi parar a variante sriracha, não é? Diferente do que pode parecer, sriracha não é uma pimenta, mas um molho de origem tailandesa preparado com sementes de jalapeño, alho, vinagre, sal e açúcar e misturado a espessantes até adquirir textura mais grossa. Menos tempero e mais ingrediente, é famoso na culinária asiática, acompanhando frituras, petiscos e aperitivos.

Bravo Suave

Perfeita para quem prefere ardências mais leves, combina a ardência de jalapeño vermelha com o aroma e dulçor das pimentas-de-cheiro e biquinho.

Bravo Verde

Feita exclusivamente com jalapeño verde, está um nível acima da sua irmã Suave na escala de ardência.

Bravo Original

Equilíbrio perfeito da jalapeño com a malagueta! Ardência intermediária que complementa o preparo sem comprometer aroma e sabor dos outros ingredientes.

Bravo Habanero

Uma mistura forte da habanero com jalapeño e malagueta. Esta é para quem está disposto a encarar pratos mais picantes.

Bravo Sriracha

Muito temperada, mais consistente e com ardência moderada, é ideal para acompanhar petiscos.

Vai encarar? Vai de Bravo!

Fonte:

https://www.guinnessworldrecords.com/world-records/hottest-chili

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